27 janeiro 2011

O HÁBITO DAS REFEIÇÕES EM FAMÍLIA E A BUSCA DA CONSTRUÇÃO DE UMA INTIMIDADE COM OS FILHOS COMO FATOR DE PREVENÇÃO AO USO DE DROGAS



 Realizar as refeições com os filhos, ou reservar alguns momentos para valorizar e preservar este momento de troca são fundamentais na construção de fatores de proteção com nossos filhos, vejam os dados abaixo:    
Segundo pesquisa norte-americana, hábito fortalece intimidade entre
pais e filhos
Quando os compositores Arnaldo Antunes e Tony Bellotto compuseram a
canção Família, interpretada pelos Titãs na década de1980,
provavelmente não faziam ideia do valor de almoçar “junto todo dia” e
nunca perder “essa mania”. Três décadas depois, uma pesquisa feita por
alunos da Universidade de San Diego, na Califórnia (Estados Unidos),
confirma a importância do hábito: uma refeição diária na companhia dos
familiares pode reduzir em até 80% as chances de os filhos se
envolverem com drogas, prostituição ou atos de violência.
O estudo foi feito a partir de entrevistas com 806 jovens de 15 a 25
anos que moravam na Califórnia. Depois de analisar o passado deles, os
pesquisadores dividiram-nos em dois grupos: os que se alimentavam com
a família e os que não tinham esse costume. Após 27 meses comparando
os dados, a equipe de cientistas concluiu que os jovens que tinham a
presença dos pais em pelo menos uma refeição diária estavam menos
propensos a se envolver com esses problemas.
— Ao avaliar a vida daqueles jovens, percebeu-se a importância do
momento em família para a vida deles. Estar com os familiares dá mais
liberdade para o jovem falar dos problemas. A presença dos pais nas
refeições facilita uma troca de vivências, e a prevenção de possíveis
problemas de envolvimento com vícios — afirma o psiquiatra Fábio
Barbirato, que acompanhou o estudo.
Troca de experiências. Segundo Barbirato, esse ponto é fundamental.
Apenas sentar-se à mesa, mas não conversar, diz o psiquiatra, não
trará bons resultados. Por isso, é importante deixar de lado as
invenções modernas que dispersam a atenção.
— É necessário ir além de uma simples reunião. Não adianta nada ficar
à mesa e, ao mesmo tempo, falar ao telefone, navegar na internet ou
assistir à televisão. A ideia é criar uma relação familiar. Aquela
hora é de se ligar na família — afirma o médico, que é chefe de
Psiquiatria na Santa Casa do Rio de Janeiro e coautor do livro A mente
do seu filho: como estimular crianças e identificar distúrbios
psicológicos na infância (Agir), com Gabriela Dias.

Alternativas
Para aquelas famílias que não conseguem uma forma de se reunir à mesa
diariamente, o psicólogo Flávio Guimarães, mestre em psicologia
clínica e terapeuta de família e casais, ressalta que a refeição é
apenas uma das opções que se tem para construir a intimidade no lar.
Um sofá e muita história para contar, por exemplo, já dão conta do
recado.
— Uma família que gasta algumas horas fazendo outra atividade que
permita a interação pode ter resultados igualmente benéficos. O
essencial não é a refeição, e sim o acompanhamento e a presença dos
familiares — afirma.
De acordo com Fábio Barbirato, a ausência desses momentos em família
pode trazer reflexos “lamentáveis” e, na maioria das vezes,
“irreversíveis” à vida dos filhos.
— Uma família desagregada quase sempre forma adultos que vão repetir o
modelo mais tarde. Uma criança que não tem contato com os pais está
aberta a violências físicas e psicológicas como o bullying — alerta.



Gosto muito e citar como exemplo em minhas palestras o Pedagogo Léo Buscaglia que relata que seu pai, um italiano que fazia questão de reunir toda a família na hora do jantar e que os filhos toda noite contassem uma novidade que tinham aprendido no dia. Ele relata que proximo da hora ele e seus irmãos iam buscar em enciclopédias, livros... alguma novidade.
Bom existia uma abertura, um diálogo e um aprendizado a partir desta conduta em torno da mesa do jantar .
Vamos jantar?