07 novembro 2006

JOGUE COM O JOGO E NÃO JOGUE COM A VIDA

Só Deus Sabe

Só Deus Sabe Não sei quantas linhas eu tenho pra escrever este artigo. Mas sei o que pode acontecer, durante este tempo que escrevo, com parte da população jovem deste país. Sei, por exemplo, que muitos estarão iniciando, hoje, seus ciclos de uso de drogas; sei também que mais de 10% destes estarão fadados a morrer miseravelmente por causa do uso dessas drogas ou acabarão por apodrecer numa prisão ou hospital pra dementes; sei ainda que alguns usarão durante um período e se afastarão por algum motivo maior, mas mesmo assim terão perdas – e algumas dessas perdas, irreparáveis. E sei mais: que outros tantos experimentarão apenas uma, duas, três vezes e entenderão (só Deus sabe como) que existem coisas mais importantes, interessantes, saudáveis e, principalmente, transformadoras pra fazer do que ficar fumando maconha/crack/cigarro, cheirando cocaína/cola, tomando balas e doces ou enfurnados num botequim bebendo cerveja e cachaça. Outra coisa que eu também não sei é o que fazer pra evitar o primeiro momento de uso de drogas desses jovens. Sim, porque o uso geral de drogas faz parte da história da humanidade. Vem desde os antigos rituais envolvendo as bebidas alcoólicas, o peiote, o haxixe, a canabis até os dias atuais com mais bebidas, drogas de farmácia, sintéticas e as tradicionais. Quanto aos nossos jovens, acredito inclusive que a decisão de experimentar a primeira sustância que lhes propiciará a fuga da realidade, o universo da coisas impossíveis, seja anterior mesmo ao fato do consumo das drogas. Pois a sociedade está tão envolvida numa nuvem de apelação, de convites, de sedução ao consumismo, que a droga se tornou mais um produto deste vasto mercado. E ninguém fica longe das ofertas, ninguém fica fora da possibilidade de adquirir. A facilidade na entrega, na forma de pagamento e a quantidade de pontos de venda é tão grande que é só uma questão de... só Deus sabe quando. O que eu ainda não sei bem, atualmente, é quem está do lado de quem ou do quê. Vejo que pessoas que deveriam se posicionar e dar exemplo – como alguns pais, educadores, autoridades – preferirem se omitir. Pior, ensinar os caminhos imediatos do prazer, as fórmulas do alívio da dor necessária e os atalhos da facilitação e das vantagens desmedidas. E também vejo pessoas – como alguns artistas, intelectuais, desportistas – que deveriam ajudar a formar uma sociedade fortalecida em saúde, cultura e conhecimento – e este é um processo empírico como é a própria vida –. Mas não. Emitem suas opiniões na mídia sem a menor responsabilidade, sem a consciência dos verdadeiros xamãs, líderes ou ídolos que zelam pela integridade da camada desfavorecida da sociedade, que aqui me refiro como os nossos jovens que ainda não têm tempo de vida pra saber e optar com segurança. Só Deus sabe quem vai tomar a situação e ficar entre os produtores/comerciantes/distribuidores e esses jovens que só querem experimentar o banquete da vida. Mas às vezes ficam só nas migalhas. O que nunca vou saber mesmo é o ponto, a linha que divide o que é dependência química – uso abusivo/indevido de drogas – e o direito legitimo de fazer-se uso de qualquer coisa que se pretenda consumir sem que pra isso acarrete necessariamente prejuízo a outros ou a si. Algumas pessoas podem saber o momento e o local de se utilizarem de artifícios de prazer e descontração da vida; outras necessitam de medicamentos e drogas pra simples sobrevivência e qualidade de vida. Mas nem as ciências e seus representantes conseguem explicações e resultados que livrariam esses usuários de erros na dosagem. Erros que atravessam a linha tênue fronteiriça do uso e abuso, que podem levar ao deslize pro abismo do inferno das drogas. E que ninguém sabe direito como se volta. Só Deus sabe. PAULO ANTUNES Arteterapeuta Especializado em Dependência Química – Ator e Dramaturgo – Autor junto com Jitman Vibranovski do Livro “Quem Não Tem Problema Com Droga?”

20 outubro 2006

A FAMÍLIA EM TRATAMENTO

Um dos principais objetivos no atendimento 'a Síndrome da Dependência Química, é propiciar abstinência a nossos pacientes.

Também temos como foco a abstinência de nossos jovens que se encontram em situaão de uso-abuso para que não venham a desenvolver a patologia.

As intervenções baseadas na família destes adolescentes deve ser o da reconstrução do vínculo emocional dos pais em relação ao jovem, de forma a atender às necessidades de ambos.

Quando a relação familiar se torna por demais conflituosa devido ao uso de drogas o auxílio terapêutico aos familiares torna-se imprescindível para o resgate da harmonia.

Os objetivos do grupo de apoio familiar é :

  • Explicitar motivos e estratégias de abordagem terapêutica
  • Transmitir conceitos básicos sobre drogas, efeitos e vias de administração,
  • Discutir dificuldades físicas (dependência, tolerância e síndrome de abstinência) e psicológicas para se atingir a abstinência,
  • Auxiliar no processo de aceitação de sua impotência perante o desejo do outro
  • Reconhecer os sentimentos do familiar em relação ao dependente,
  • Levar em conta os sentimentos que os dependentes provocam no âmbito familiar, para que esses possam ser compreendidos e atuem de forma a auxiliar no tratamento;
  • Definir metas específicas para cada familiar, com orientação do terapeuta, que possa auxiliar a recuperação da estrutura familiar,
  • Orientar sobre prevenção e gatilhos que antecedem a recaída, a fim de que percebam os vários motivos que podem levar a uma recaída,
  • Apontar comportamentos indicativos do consumo de drogas / álcool, favorecendo a troca de experiências entre os familiares que constataram o consumo/dependência e familiares que não tinham a mesma convicção,
  • Explicitar a dinâmica do processo de modificação do dependente / usuário para a abstinência em suas respectivas fases emocionais,
  • Discutir a adequação de condutas que podem melhorar ou piorar o prognóstico tanto do dependente como da família, na busca de suas potencialidades,
  • Resgatar as forças existentes por trás de cada família e o seu poder de resiliência (capacidade de reagir às adversidades),
  • Oferecer ferramentas para atuar de forma assertiva com seu familiar dependente ,

É importante clarificar que a intervenção do terapeuta não se faz no indivíduo e sim na relação que ocorre entre os pares,

Que para participar do Grupo de Apoio Familiar não é necessário vínculo de sangue e mais do que isso é importante o vínculo de amor para com aquele que sofre, e que podem ser integradas pessoas que mantêm vínculo estreito e próximo com o dependente /usuário.

Todo tratamento tem que ter começo, meio e fim e o tratamento do uso abusivo ou dependência de drogas não é diferente, e a família é imprescindível neste momento.

O indivíduo não deve ser tratado sem a família, porque a droga não afeta só o indivíduo, mas a toda a família, e o uso ou a motivação para o não-uso também vem da complexidade familiar, e embora muitos vejam a família como fator de proteção, ela também pode funcionar como fator de risco.

Para maiores informações contactar 3553-6442

Texto de Fernanda Magalhães

08 outubro 2006

REPORTAGEM COM JOVENS DISCUTE A VIOLÊNCIA NO TRÂNSITO

GLOBO COMUNIDADE DISCUTE OS RISCOS DO ÁLCOOL E A VIOLÊNCIA NO TRÂNSITO

PALESTRA PARA PAIS NO BAHIENSE

A conscientização da família é fundamental no processo de prevenção primária ao uso/abuso de drogas O Colégio Bahiense vem constantemente investindo em palestras e ações de cunho preventivo Parabéns Bahiense, o colégio é o maior aliado da família em estratégias de ação preventiva

05 outubro 2006

JOGUE O JOGO E NÃO JOGUE COM A VIDA

Eu gosto muito da proposta desse joguinho
Vocês podem usar com seus filhos e bater um papo sobre como ficamos vulneráveis sob a ação de substâncias
E como na maioria das vezes nem temos noção de seus efeitos
Aplique
Joque o jogo para não jogar com a vida

04 outubro 2006

AÇÃO DAS DROGAS

Aprendendo um pouco mais Durante as palestras que venho realizando grande parte dos jovens questionam sobre classificação e ação das drogas sobre o sistema nervoso. Muitas vêzes achamos que eles já sabem tudo, mas a informação de forma clara e precisa é sempre importante. Estou veiculando aqui o site da UNIFESP no qual podemos visualizar a ação das drogas, seus efeitos a nível de neurotransmissores e deixo o espaço de comentários aberto para perguntas que prometo estar respondendo rapidamente.

01 outubro 2006

PALESTRA CEMA

PERGUNTAS E RESPOSTAS
PALESTRA PROFERIDA NO DIA 17/09/2006
CEMA
SOCIEDADE CONTEMPORÂNEA, FAMÍLIA E O USO DE DROGAS -
UMA VISÃO ATUALIZADA
Quando o pai é alcoólatra quais as conseqüências no feto por ele gerado? Não existe nenhuma correlação entre pais alcoólatras e má formação, o que falamos na palestra foi no caso de gestantes com ingestão de álcool durante a gravidez e o alto índice de Síndrome Alcoólica Fetal em decorrência da exposição direta ao álcool. No caso do homem existem casos de esterilidade e má formação em virtude do uso de maconha.

Fale, por favor, do adoecimento da família em função da convivência com um dependente químico e a importância dos grupos de ajuda para essa família e o doente? A Síndrome da Dependência química tem como característica não ser uma doença contagiosa, mas é contagiante, adoecendo desta forma os familiares do indivíduo que faz uso Enquanto o indivíduo perde o controle de sua vida em virtude do aumento do consumo, da tolerância, a família perde o controle de sua vida por tentar controlar o outro, o adicto adoecido, vindo a sofrer perdas sociais, emocionais e físicas quase tão severas quanto o adicto. É muito importante, mesmo que o adicto não esteja em tratamento, que o familiar que percebeu seu adoecimento busque ajuda, seja em grupos de ajuda mútua com Nar-Anon, Al- Anon, Amor Exigente ou em Clínicas especializadas que hoje já tratam do familiar única e exclusivamente, muitas vezes até com internação em virtude dos danos causados a pp vida Temos dos modelos deoecimento familiar o simbiótico e o sismático um adoece pelo excesso o outro pela falta Qual o efeito do uso de álcool junto com a cocaína? O homem consegue fazer sexo neste estado? Depende do grau de comprometimento, se é um usuário ocasional pode ser que consiga, mas se for um usuário crônico a tendência é que ele venha a ter dificuldade em concretizar o ato sexual, muitas vezes podendo chegar a impotência sexual em virtude do uso. O álcool e´um depressor do Sistema Nervoso Central e a Cocaína um estimulante que causa muita secura na boca, neste contexto o uso das duas substâncias é muito comum, numa busca de estabilidade do organismo Como se funcionassem como neuromoduladoras, uma excita a outra deprime (reduz a euforia) Nunca ouvi falar nisso, mas acredito que o brigadeiro não tenha nenhum efeito alucinógeno ou que possa potencializar a ação da maconha.

OS DEZ MANDAMENTOS DA FAMÍLIA PREVENTIVA

1- DIALOGUEM COM SEUS FILHOS SOBRE DROGA, APOIANDO SUAS INFORMAÇÕES EM LITERATURA COMPETENTE; 2- DÊEM ESPAÇO ÀS INDIVIDUALIDADES DE SEUS FILHOS, POSSIBILITANDO-LHES FALAR DE SEUS MEDOS, ALEGRIAS E ESPERIÊNCIAS, NUM “PAPO” ABERTO E FRANCO; 3- NÃO DEIXEM A PREVENÇÃO ÀS DROGAS SOMENTE POR CONTA DOS ESPECIALISTAS, SE SEUS FILHOS RECEBEREM SEMPRE EDUCAÇÃO FORA, PODE ACARRRETAR A PERDA DA BUSCA DE ORIENTAÇÃO ATRAVÉS DOS PAIS; 4- NÃO USEM DE AUTORITARISMO, RESPEITEM E EDUQUEM SEM COMPARAÇÕES ENSINANDO PARÂMETRO DE CERTO E ERRADO, DEMONSTRANDO-OS PELO EXEMPLO;

5- ENCORAJEM A AUTODISCIPLINA, APLICANDO DEVERES DIÁRIOS E MANTENDO-OS RESPONSÁVEIS POR SUAS AÇÕES; 6- REFORCEM EM SEUS FILHOS O SENTIMENTO DE AMOR PRÓPRIO E RESPEITO POR SI MESMO, NÃO ACEITANDO POR EXEMPLO , A BEBEDEIRA, O PORRE COMO PROCEDIMENTO NATURAL POIS O ÁLCOOL É A SEGUNDA CAUSA DE MORTE NO MUNDO 7- NÃO VALORIZEM EXCESSIVAMENTE AS COISAS MATERIAIS, POIS ISSO PODE CONDUZIR À MENTALIDADE DE LEVAR VANTAGEM EM TUDO; 8- AJUDEM SEUS FILHOS A RESISTIR À PRESSÃO DO GRUPO, ESTABELECENDO COM ELES UM DIÁLOGO FRANCO, HONESTO E VERDADEIRO; 9- DÊEM AMOR, AFEIÇÃO EM TODAS AS SUAS FASES DE CRESCIMENTO, ENSINANDO-LHES A DIZER “NÃO”, QUANDO NECESSÁRIO; 10- ESTABELEÇAM UMA DISCIPLINA CONSISTENTE, JUSTA, MOSTRANDO-LHES QUE EXIGEM DELES CERTOS TIPOS DE COMPORTAMENTOS E ATÉ RETRIÇÕES, EXATAMENTE PORQUE OS AMAM, QUEREM BEM A ELES E DESEJAM PROTEGÊ-LOS

PREVENÇÃO E TRATAMENTO DA DEPENDÊNCIA QUÍMICA

A Dependência Química é uma doença catálogada pela Organização Mundial de Saúde como doença crônica, progressiva e fatal. Os modelos de tratamento que conhecemos até os dias atuais oferecem a remissão dos sintomas a partir do momento em que o sujeito cessa o uso da substância e começa um processo de aceitação e reformulação do seu comportamento. Sendo uma patologia que não oferece cura o dependente químico deverá pelo resto de sua vida monitorar seu comportamento pois o indíce de recaída é muito alto (70%). Nesta perspectiva estratégias de ação preventiva são o caminho mais indicado para políticas que priorizam e valorizam a redução dos danos decorrentes do uso/abuso de substâncias psicoativas. E quando o tema é prevenção primária quando mais cedo estabelecermos estratégias de ação, maiores e mais consistentes serão os resultados juntoi a nossas crianças e adolescentes As escolas e as famílias são os principais aliados destas propostas de ação precoce.